Primeiro militar reconhecido pela Justiça como torturador e comandante
de uma delegacia de polícia acusada de ser palco de mais de 40 assassinatos e
de, pelo menos, 500 casos de torturas. Esses são alguns dos “feitos” de Carlos
Alberto Brilhante Ustra, coronel do Exército homenageado pelo deputado federal
Jair Bolsonaro (PSC-RJ) durante a votação aberta do processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff, na Câmara dos Deputados, no último dia 17.
“Foi a pior tortura que eu passei”,
diz vítima de Ustra
“Eu fui espancada
por ele [coronel Ustra] ainda no pátio do DOI-Codi. Ele me deu um safanão com
as costas da mão, me jogando no chão, e gritando ‘sua terrorista’. E gritou de
uma forma a chamar todos os demais agentes, também torturadores, a me agarrarem
e me arrastarem para uma sala de tortura”.
Esse foi o relato de Amelinha Teles ao descrever o
encontro que teve com o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra em entrevista à
Rádio Nacional da Amazônia e à Agência Brasil. Amelinha militou contra o regime
militar nos anos 70.
“Ele levou meus filhos para uma sala, onde eu me
encontrava na cadeira do dragão, nua, vomitada, urinada? Levar meus filhos para
dentro da sala? O que é isto? Para mim, foi a pior tortura que eu passei. Meus
filhos tinham 5 e 4 anos. Foi a pior tortura que eu passei”, disse a
ex-militante do PCdoB.
A cadeira do dragão era um instrumento de tortura
utilizado na ditadura em que a pessoa era colocada sentada e tinha os pulsos
amarrados aos braços da cadeira. Com fios elétricos atados em diversas partes
do corpo, a pessoa era submetida a sessão de choques. Amelinha também contou
que viu seu marido torturado e em coma ao visitá-lo na unidade do DOI-Codi.
Morto em 2015, o gaúcho Ustra foi chefe do Destacamento de Operações
Internas (DOI-Codi) de São Paulo no período de 1970 a 1974, em plena vigência
do Ato Institucional nº 5. Foi uma das épocas mais sombrias da ditadura militar
brasileira (1964-1985), que deu poder de exceção aos governantes para punir
arbitrariamente os que fossem inimigos do regime ou como tal considerados.
Ustra seguiu à risca essa cartilha.
À frente do DOI de São Paulo, ele ficou conhecido pelo codinome de Major
Tibiriçá e, segundo levantamento do projeto “Brasil: Nunca Mais”, foi
responsável por 502 casos de tortura e de mais de duas mil prisões políticas.
Algo surpreendente para quem tinha acumulado uma carreira militar banal antes
de se tornar um dos nomes mais temidos do regime. No Quartel General do 2.º
Exército, na capital paulista, Ustra chegou a atuar na seção de informações
apesar de sugestão contrária do resultado de um teste psicotécnico.
“Oficial incompetente”
Segundo o jornalista Elio Gaspari, no
livro Ditadura Escancarada , Ustra foi
qualificado por superiores como um “oficial incompetente” logo após cobrir
férias de outro major em 1970. Em setembro daquele ano, porém, o gaúcho Ustra
assumiria aos 38 anos o posto que o colocaria na história.
Dois anos antes de
irromper o golpe militar, ele tinha sido promovido e mantinha uma vida típica
de um jovem oficial: a esposa era professora pública, pai de duas filhas, um
orçamento apertado, morava num “quarto-e-sala” e tinha um carro popular na
garagem. Era considerado, conforme relata Gaspari, um homem calmo, de hábitos
simples e que raramente elevava a voz.
veja também
‘Cachorros’
Durante o regime
militar, a tortura era conhecida por “pau”; o magneto dos choques elétricos,
por “maricota” e os alcaguetes ou delatores, por “cachorros”. Carlos Brilhante
Ustra teve em torno de uma dezena de “cachorros” e um de seus oficiais, o
capitão Ênio Pimentel da Silveira, manteve um “canil” com 12. Segundo o
jornalista Elio Gaspari, cada “cachorro” ganhava mensalmente algo como o soldo
de um capitão – inclusive “assinava contrato e passava recibo”.
Mas saíra da Escola de Estado-Maior do Exército convencido de que havia
uma guerra civil tomando conta do país e jamais mudaria de ideia. Ao receber o
comando do DOI, ele possivelmente pensou que trocara um Exército em que o então
major Ustra “nunca combatera de verdade” por outro onde o Major Tibiriçá seria
capaz de tornar a delegacia paulista um dos pontos mais nefastos do regime
militar e, como escreveu Gaspari, colocar em prática uma desleal “guerra sem
uniformes” nos porões da ditadura.
Após os quatro anos no DOI-Codi, Carlos Ustra foi transferido para
Brasília para ser instrutor na Escola Nacional de Informações (ESNI),
instituição que formou militares especializados em investigar quem era apontado
como inimigo do governo.
Outras citações
Assim como Carlos Ustra, outras figuras históricas foram citadas durante
a votação do impeachment na Câmara dos Deputados. O deputado federal Glauber
Braga (PSol-RJ) exaltou a memória dos revolucionários Carlos Marighella e de
Carlos Lamarca, que foram mortos pelo regime militar, enquanto Valmir Assunção
(PT-BA) fez referências elogiosas ao “cavaleiro da esperança” Luís Carlos
Prestes.
Torturador reconhecido pela Justiça
Em 2008, Carlos Brilhante Ustra tornou-se o primeiro militar a ser
reconhecido pela Justiça como torturador durante a ditadura. Em agosto de 2012,
o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve a sentença judicial que
responsabilizava o coronel reformado por crimes de tortura a presos políticos.
Por decisão unânime (3 votos a 0), os desembargadores do TJ-SP negaram o
recurso de Ustra. A sentença em primeira instância, proferida em outubro de
2008 pelo juiz Gustavo Santini Teodoro, da 23.ª Vara Cível do Fórum João
Mendes, condenou Ustra pelas torturas sofridas por Maria Amélia de Almeida
Teles, César Augusto Teles e Criméia de Almeida, em 1972, nas dependências do DOI-Codi
de São Paulo.
No mesmo ano, em junho, Ustra foi condenado a pagar indenização de R$
100 mil por ter participado e comandado sessões de tortura que mataram o
jornalista Luiz Eduardo Merlino em 1971. Morreu em 2015 em decorrência de um
câncer . Ele recorria das decisões judiciais.
Comissão
da Verdade
Em maio de 2013, ele compareceu à sessão da Comissão Nacional da
Verdade. Apesar do habeas corpus que lhe permitia ficar em silêncio, Ustra
respondeu a algumas perguntas. Na oportunidade, negou que tivesse cometido
qualquer crime durante seu período no comando do DOI-Codi paulista. Disse
também que recebeu ordens de seus superiores no Exército para fazer o que foi
feito e que suas ações à frente do órgão tinham como objetivo o combate ao
terrorismo.
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·
J
Parte superior do
formulário
Parte inferior do
formulário
o
Comissão da verdade
parcial. Crimes e barbáries aconteceram em ambos os lados. A tal da
"Comichão" da verdade é coisa que busca a verdade só de um lado. Se a
lei da anistia fosse revogada e os culpados punidos pessoas do governo como o
Franklin Martins e até a quase ex presidente iriam ser processados
§ 9
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Ok! Ok! Diego Antonelli... Você
mostrou em sua reportagem uma face da verdade... Agora... Que tal escrever uma
outra mostrando a outra face, a verdade, mas a verdade mesmo, sobre Marighella,
Lamarca, Prestes, Dilma, Lula, e de quebra, o ícone mor dos
"revolucionários" Che Guevara??? Mas mostre a verdade mesmo, pois
sabemos que de "Santos" e "Vitimas Inocentes" essa
camarilha não tem nada! E quanto às vítimas das torturas, é lamentável, mas
isso serve prá mostrar que num ambiente hostil, não cabe espaço ao
romantismo... Se entra na chuva, vai se molhar... Não aguenta, bebe leite!!! E
o que mesmo de bom essa "luta" trouxe??? Depois de 13 anos de poder,
o País anda que é uma maravilha!!!
§ 7
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COMISSÃO DA
VERDADE? kkkkkkkkkkk.........kkkkk.....ATENÇÃO GAZETA: VAMOS VIRAR O DISCO?
§ 6
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Se hoje o Brasil
não é uma Cuba é porque houve brasileiros que não permitiram que isso
acontecesse. E se os militares fossem tão terríveis como dizem que foram, como
se explica a trajetória política da alma viva mais honesta e da presidenta
pedalanta? Aliás, esta última, inclusive se vangloria de ter sido
"torturada" por 3 anos por esse Cel. Ustra. Se ele fosse realmente o
que dizem, certamente a presidenta pedalanta não estaria por aí fazendo o que
anda fazendo, visto que teria ido para o paraíso antes do tempo. Essa história,
até agora, foi contada apenas por um lado. É preciso contar o outro lado da
história. Aí não tem anjinhos, o mais inocente dá nó em pingo d'água.
§ 6
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o
"O deputado federal Glauber
Braga (PSol-RJ) exaltou a memória dos revolucionários Carlos Marighella e de
Carlos Lamarca, que foram mortos pelo regime militar, enquanto Valmir Assunção
(PT-BA) fez referências elogiosas ao “cavaleiro da esperança” Luís Carlos
Prestes." Terrorista agora é revolucionário ?
§ 5
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Obrigado Cel Ustra por ter combatido
os comunistas! Do contrário, milhares de brasileiros seriam torturados e mortos
por guerrilheiros, milhares de bens patrimoniais seriam tomados pelos ditadores
comunistas. Não teríamos a liberdade que temos hoje, nem mesmo na imprensa.
Haveria o mesmo boicote internacional que aconteceu com Cuba e seria muito, mas
muito difícil de nos libertarmos do governo opressor comunista.
§ 4
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UM VIL TORTURADOR!
ENTROU PARA A HISTÓRIA PELA PORTA DOS FUNDOS!
§ 3
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Um incompetente.
Gaúcho machão. Está agora igual mocinha no colo do capeta. A vida aqui dura no
máximo 100 anos ...
§ 2
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Comentários repulsivos e lastimáveis,
de pessoas que legitimam a tortura, legitmam a barbárie, pisam na constituição
e nos preceitos civilizatórios. Havia grupos de terroristas, guerrilhas
armadas, prendessem e julgassem na forma da lei como deve ser em um país
cristão e civilizado.Mas preferem o execrável e acham engraçado. Lembrando que
os crimes dos militares foram crimes de Estado. O brasileiro repudia a
democracia a liberdade e a civilização e exalta o oposto delas.
§ 2
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Esse jornal de extrema direita, e seus leitores acéfalos, e ignorantes
sobre a história do Brasil, estão prestando um péssimo serviço aos leitores
paranaenses. Hoje encerro a minha assinatura, pois acho que uma imprensa digna,
tem que ser imparcial, abordar as notícias sobre todos os angulos, e não fazer
um jornal, só para agradar essa classe média Curitibana, que é preconceituosa e
descriminatória.
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